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domingo, 29 de maio de 2011

O Capitão.

O capitão não serve apenas para tirar o par ou ímpar, nem somente para infernizar a vida do Juiz....um bom exemplo disso aconteceu ontem, na Final da Champions League...

Londres, ontem (26/05/11)

Faltam apenas 5 minutos para o Barcelona levantar o maior troféu de clubes da Europa, os 3 x 1 no poderoso Manchester já é definitivo.
Como uma espécie de homenagem, o treinador Catalão Pepe Guardiola põe em campo seu grande Capitão Carles Puyol - que não estava em condições físicas de jogo - apenas para levantar a taça, uma justa homenagem.
Os jogadores logo entenderam o recado, e Xavi - que estava fazendo as vezes de capitão na final - passa a braçadeira para o verdadeiro dono.

Final de jogo, Messi, Xavi, Villa e cia, deram um show, mas como um bom filme, o melhor estava guardado para o final...

O último a receber a medalha de campeão é Puyol, que logo receberá das mãos de Michel Platini (presidente da UEFA) o cobiçado objeto.
Mas, Puyol - numa atitude digna de um grande líder- demonstra o porquê da sua Majestade, chama seu companheiro Abidal (que há 10 semanas retirou um tumor, e jogou a partida final inteira!!) e cede o privilégio para ele. Emocionante!
E a mesma habilidade que esse grupo tem de passar a bola de pé em pé, acontece com o Troféu,  passado de mão em mão.
Um dos maiores times da história do futebol.

Explica-se assim, a frase que a torcida catalã exibe antes dos jogos do Barça.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

AS GRANDES DUPLAS

Talvez a maior de todos os tempos tenha sido Pelé e Coutinho, do grande Santos dos anos 60.
Pra quem vive o Futebol dos anos 80 pra cá, impossível esquecer de Zico e Nunes, do Flamengo, Maradona e Careca, do Napoli - que rivalizavam com Gullit e Van Basten do Milan - Bebeto e Romário do tetra em 94, além dos atualíssimos Ganso e Neymar. Esses todos se caracterizavam pela incrível capacidade de se complementar, como se fossem a metade de um todo.

Nunca passei de um perna de pau, mas também tenho um parceiraço, e com ele - como as grandes duplas exigem - a integração e parceria são perfeitas. Jogamos por música....

Ele é o camisa 10,  o cérebro, talento nato, e inúmeras vezes me deixou na cara do gol, e, assim como eu, adora uma boa pelada.
Jogamos juntos desde a adolescência, já passamos por várias fases da carreira, trocamos algumas vezes de time, mas a parceria sempre esteve e sempre estará intacta.

Mas, como todo o craque, acabou por despertar o interesse do mercado Europeu, que veio buscar essa jóia rara.

Parceiro, estarei aqui, torcendo de todo o meu coração pelo teu sucesso, porque o teu talento é imenso.

Tenha a certeza de que a 10 do nosso time será imortalizada...aguardando - sem pressa - o dia que tu orgulhará a nossa torcida vestindo-a novamente.


Arrebenta lá, campeão.



Campa, a "nossa" Jules Rimet e Rafa

terça-feira, 3 de maio de 2011

O SUICÍDIO

Valência, 2011.

Final da Copa do Rei: de um lado o Barcelona, time que joga o melhor futebol do mundo, base do último vencedor da Copa, com o acréscimo de Messi (o Maradona dos tempos modernos); de outro o Real Madrid, o clube mais rico do planeta e sob o comando do técnico mais badalado do momento, o grande estrategista José Mourinho, muito criticado pelo "futebol de resultado", muitas vezes pouco se importando com a essência mas sim com a conquista.

Após 120 minutos de domínio do Barcelona, o Real "acha" um gol e conquista a Taça.

Vitória do Real, derrota do Futebol.

Durante a comemoração, os jogadores do Real desfilam pelas ruas de Madrid em carro aberto, exibindo a taça para delírio de milhares de aficcionados, mas ela é mulher - a mais cobiçada do momento - e não aceita estar nas mãos de quem não a merece.

E para a perplexidade de todos, se joga de cima do caminhão, prefere a morte do que estar nas mãos do homem errado.

Morreu na contramão atrapalhando o tráfego.


sábado, 9 de abril de 2011

TOCO Y ME VOY

Cidade do Porto, 2002.
Estou eu zanzando pelas ruas da cidade a procura de uma TV para assistir Inglaterra x Argentina,  pela Copa do Mundo. Procuro também algum brasileiro para afastar um pouco a solidão. As coisas estão interligadas, nada mais propício do que encontrar um tupiniquim secando os hermanos.
Paro em frente a uma loja de eletrodomésticos,  cerca de 20 pessoas estão ali na calçada amontoados assistindo a partida. De repente, pênalti para os ingleses. A hora está próxima, me afasto da pequena multidão para ter uma visão ampla, se há algum brazuca, com certeza há de se entregar...
David Beckham parte pra bola e é GOOOOL!
Em meio a indiferença da maioria, um punho serrado pra cima, sem a menor cerimônia, bingo!
Me aproximo do indivíduo e com um ar de Sherlock Holmes, disparo:
"TU"  é brasileiro, né?
Sim, e cê é gaúcho! – Respondeu Sampson Moreira, marido da Érika, meus eternos e queridos amigos.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A MAIOR DE TODAS AS VITÓRIAS



Sem dúvida, era um jogo diferente. 33 jogadores, mas apenas uma equipe. Entre eles apenas um craque, jogador da seleção nacional, mas há muito aposentado. Os 90 minutos deram lugar a mais de 60 dias, em circunstâncias totalmente desfavoráveis. A altitude também era um problema, 700 metros abaixo da linha da vida. Contavam porém com a força do conjunto, a raça sul-americana, além da maior de todas as torcidas, com mais de 6 bilhões de integrantes. Em disputa....a sobrevivência.
Para muitos, a partida já estava perdida, mas era o mais imprevisível de todos os jogos - o jogo da vida - nele tudo pode acontecer.
Eis que surge o capitão, de dentro da terra, empunhando o SEU troféu. Vitoria!
E a maior torcida do mundo está em festa, para sempre lembrará dos seus herois.
O time do coração está sempre presente, sempre.

terça-feira, 5 de abril de 2011

FLAMENGO

"Cada brasileiro, vivo ou morto, já foi Flamengo por um instante, por um dia."

A célebre frase de Nelson Rodrigues diz tudo. Detalhe importante, Nelson era Fluminense.

Quando criança, antes mesmo de pisar num estádio de futebol, fui abduzido por essa paixão. A camisa 10 de Zico era mágica, fiquei totalmente encantado com os truques que o Galinho era capaz de fazer, truques esses, nunca revelados. Se os revelou, ninguém mais conseguiu repetí-los.
Pouco tempo depois, meu avô levou aquele menino pela primeira vez na vida a um campo de futebol.
Desse dia em diante, no meu coração, o preto ficou branco e o vermelho disse: "Pare", enquanto o verde disse..."Siga".

Mas Lamartine Babo sentenciou: "Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer!"

Por isso, devo a ti, Flamengo, o meu amor pelo Futebol.

Alô torcida do Flamengo, aquele abraço!


segunda-feira, 4 de abril de 2011

A CABEÇADA

Berlin, 2006.

Final da Copa do Mundo de Futebol, Itália e França empatam  na prorrogação e parece que nada mais pode acontecer, a definição por pênaltis é irremediável.
Zidane é o grande jogador do torneio, e esse o último jogo de sua brilhante trajetória.
Um pouco antes do final, Zidane desfere uma cabeçada no zagueiro Italiano Materazzi (não para machucar, mas para ferir) e é expulso de campo, é o fim.
O jogo segue, mas a Copa acabou.
A Copa do Mundo é a maior feira de futebol que existe, todos os grandes lançamentos do futebol mundial estão ali, no momento que o maior de todos sai de cena, acabou o espetáculo.
Muito se especulou sobre os motivos que fizeram ele ter essa reação, a mim pouco importa.
A derrota da Copa para o destempero de Zidane foi maior do que o ato em si.
O 10 da França tinha o bastão de maior craque em atividade do mundo, estava preparado para entregá-lo a Ronaldinho, mas quando se encontraram, uma semana antes, o segundo mostrou não estar preparado para receber tal honraria.
Zizou sai de campo sem a taça, mas com o cajado intacto debaixo do braço.
O nome Zidane não está gravado apenas no peito de Materazzi, mas no coração de todo o apaixonado por futebol.


domingo, 3 de abril de 2011

OLHO NO LANCE!

Existem três tipos de narradores de futebol:
os de rádio, os de tv e Silvio Luiz.
Explico:
Os bons narradores de rádio são artistas. Conseguem apenas com a sua emoção transportar os ouvintes para dentro do estádio, fazem o torcedor enxergar o lance em detalhes apenas com os ouvidos e a imaginação. Um artista de rádio TRANSFORMA uma pelada de 0x0 num jogaço!
Os bons narradores de tv são adequados. Servem como trilha sonora para a imagem, não brigam com ela, não subestimam a inteligência de quem assiste. Um bom narrador de tv ADMITE que uma pelada de 0x0 foi realmente uma pelada.
Silvio Luis é gênio. Vê aquilo que está na frente dos olhos de todos, mas só ele é capaz de captar. Talvez isso explique a pergunta que ele faz frequentemente nos jogos: "e aí fulano, o que é que só você viu?", imaginando que todos são capazes de ter essa percepção. Ele é o único capaz de fazer uma pessoa assistir a um jogo apenas pela sua narração, não importando os times que estão em campo.
Silvio Luis APROVEITA uma pelada de 0x0 para nos passar uma deliciosa receita de bolo.
Salve, salve Silvio Luiz.



sexta-feira, 1 de abril de 2011

LINHA DE PASSE

Fala pai tudo bem?
Não te vi no jogo ontem, tu tava lá?
E aí, o que me diz?
beijos
rafa
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Primeiro, deixa eu te agradecer pelo abraço! 
Segundo, deixa te dizer que sei que o seu Scola também gostou!
Por fim, deixa te dizer que estava no mesmo lugar de sempre e não sei bem o que aconteceu. Acho (e aí vem uma coisa que parece estou sempre reclamando, dizendo que falta algo) que o JU, não jogou isso tudo. O Cristiano não rende nada, o tal de Jardel, quando entrou não tirou uma bola de ninguém e ainda perdia quando lhe passavam . Acho que a soberba do Grêmio é que nos fez ganhar.  No entanto, o gol do Madureira, foi um golaço de quem sabe onde quer colocar a bola. Ele enquadrou o corpo e deu de chapa tirando o goleiro, de esquerda que não é a perna preferida.
Por outro lado, que bela cabeçada a do Gilson e, sinceramente ainda não entendi o que fez o Vitor na bola chutada pelo Ramiro.
Mas considerações a parte, ontem, foi um dia de sono gostoso.
bj
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Cara.
Chorei que nem uma criança ontem, fazía muito tempo que não tinha uma alegria tão grande no estádio.
Cheguei em casa e tentei escrever alguma coisa pra postar no blog, mas quando começava, o choro vinha e não saía nada.
Pra mim o jogo de ontem é daqueles que não tem como analisar tecnicamente. Eu realmente acho que "estava escrito".
Não foi o Gilson que cabeceou aquela bola, estou convencido de que foi o Alfredo Jaconi, não o estádio, e sim o Alfredinho.
E como estava atrás do gol posso afirmar que a bola que o Ramiro chutou diminuiu e se transformou em uma bola de tênis. Juro, eu vi!!!
Não consegui dormir, não queria que o dia acabasse nunca.
beijos
rafa
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Tu é um louco. Mas é isso que te faz diferente.
Também fui prá casa rindo sozinho, não tava muito acostumado, ou melhor, estava desacostumado com coisas deste gênero. Foi bom! Muito bom!
bj
papi
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Pai, tive uma ideia, posso postar nossa conversa no blog?
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Rafa:
Sinceramente, não entendo muito destas modernidades de voces, por exemplo um blog. Mas acho que é uma espécie de portal onde tu coloca algumas coisas e os outros acessam e podem também fazer contato contigo. Será que é isso?
Quanto a tu colocar num blog, se tu achar que vinga eu ficarei orgulhoso, porque acho que vai chamar outros "papos" pro debate. Por outro lado, acho que estampa bem o quanto o Juventude nos envolve e o que ele representa em nossas vidas, além de tonificar cada vez mais que SOMOS JU PRÁ SEMPRE E SOMENTE!
BEIJO

quarta-feira, 30 de março de 2011

O SEGREDO DOS TEUS OLHOS

 

“A essência. Nada na vida de um homem pode mudar a sua essência.”

A frase foi retirada do filme com título acima, uma trama policial onde dois amigos estão a procura do assassino de uma jovem.
Onde encontrá-lo? Esse homem largou tudo: casa, emprego, família....tudo.
Ou, quase tudo...
Um torcedor nunca  abandona o seu clube, faz parte da sua essência. Encontraram o sujeito em um jogo de seu time, o Racing Club de Avellaneda.
Essa cena pode passar desapercebida para a maioria, mas me levou até Buenos Aires para assistir a um jogo de La Academia.
A sensação de entrar no El Cilindro e ver a devoção daquela apaixonada torcida por seus herois   poucas vezes senti num estádio. Para aqueles torcedores mais insatisfeitos com seus times, a relação Racing/torcida é uma aula. Não, um mestrado.
O jogo acabou. O resultado? Pouco importa! Mas eu ainda estou lá, sempre estarei lá.
Os olhos.....falam.

O GOL DE BARRIGA

Maracanã,  1995.
Fla-Flu final do Campeonato carioca, o 2x2 do placar garantia o título rubro-negro e a maior torcida do mundo já festejava, quando nos acréscimos,  Aílton, meia tricolor, recebe a bola, dribla duas vezes o seu marcador e desfere um potente chute, a bola tem a direção da linha de fundo, mas encontra a barriga de seu companheiro Renato e balança as redes. A taça mudou de dono.
Silêncio rubro-negro, delírio tricolor.
Essa é a história que todos já sabem. Ou sabiam.
Eis que essa semana, Toni Platão, músico e pó-de-arroz fanático, falou na TV a sua versão – e pra mim definitiva – do inesquecível gol.

Com a sutileza de um toque de letra de Sócrates, Platão filosofou:

“A bola não bateu na barriga, e sim, no símbolo do Fluminense....e entrou.”